E depois de certos momentos e cicatriz criadas, a gente acaba olhando a vida com olhos, olhos que nem sabíamos que existiam, olhos mais poderosos, que veem os detalhes com uma precisão de assustar.
Talvez seja uma forma de perceber que somos realmente fortes e que podemos enfrentar nossos medos sem medo, porque não estamos sozinhos. Ficamos calejados de certas dores e intocáveis em algumas regiões da nossa alma, quando de repente um ar é soprado em nossa direção e sentimos que as grandes alegrias da vida são dadas nos momentos de reflexão e de silêncio, pois é ai, dentro do coração de cada um de nós que olhando nos olhos, sentimos o que é real de verdade.
Nas trocas de caricias, nos passeios de mãos dadas, nos sorrisos de fim de tarde e na contemplação de observá-la dormir. Notamos que muito em nós muda durante o tempo e que quem éramos sempre ficará para trás a cada dia que passa, a cada dor que sofremos e a cada lágrima que escorre.
Ficamos mais racionais e menos impulsivos ou super impulsivos e nada racionais, valorizamos mais o comum e esperamos quase nada do incomum, porque entendemos que existem pessoas que não podem fazer muito e muitos fazem de tudo com quase nada.
( Gabriel Zorgetz Capeletti )
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