Eu olho pra sua foto e juro que queria te ter aqui por perto pai, eu lembro que mesmo quando eu errava você tentava sempre me entender, e eu via o amor em seus olhos.
A vida é meio que injusta parece que quanto mais a gente tenta ser melhor mais as pessoas exigem de nós e a gente acaba não conseguindo na maioria das vezes ser o que elas esperam.
Tenho minhas dúvidas sobre alguém me conhecer tão bem quanto o senhor, me lembro das noites que fui dormir e só dava boa noite(sem o abraço) quando via, lá estavas entrando no meu quarto me perguntando o que havia acontecido, eu não falava, só chorava e o teu abraço era o meu conforto.
Hoje não tem boa noite, mas tem choro, não tem abraço de conforto mas existem lágrimas, hoje queria te contar sobre tudo o que acontece.
Eu lembro do teu olhar pai, e lembro do amor que sentia quando me olhavas, eu podia sentir.
Quando mesmo depois de crescido pegavas a minha mão para atravessar a rua, eu sabia que poderia contar sempre contigo.
Hoje eu queria aquela nossa conversa, aquelas canções nossas, aquele puxão de orelha, teu colo, teu cheiro, teu beijo na testa, queria acordar e ter o bom dia com tua voz, tuas perguntas, tua preocupação, teu cuidado.
Lembro quando eu disse que iria partir, eu estava morrendo de medo por dois motivos: ir pra longe e o senhor não deixar. Eu nunca vou me esquecer de tuas palavras: "Vai com Deus minha filha! Não perca o contato, estarei sempre ao seu lado para te apoiar." Juro que no fundo eu gostaria de ter ouvido um: "Eu te proíbo!" que medo que me deu quando me vi tão longe, e que frio na barriga sinto até hoje.
Perdão pela distância ela me maltrata também, mas como disseste que amadureceria estou amadurecendo, certa vez ouvi que a vida não ensina com o mesmo amor que os pais, é verdade, tem doído, tem sido dias difíceis e solitários, mas a certeza de que um dia dará certo me faz perseverante.
Obrigada por ser esse exemplo de homem, filho, marido e pai.
Te amarei eternamente meu primeiro amor...
(Débora Raquel Almeida)