segunda-feira, 13 de julho de 2015

Platão e a arte de julgar.

Chegamos a um ponto da nossa evolução intelectual, onde percebemos a necessidade de posicionamento sobre a grande maioria dos acontecimentos da nossa sociedade. Basicamente, são discussões que envolvem inúmeros pontos de vista.

Até aí, tudo bem. Porém, falta embasamento, conhecimento sobre o que se está falando. Percebo em mídias e redes sociais, uma grande massa de pessoas que não fazem ideia do que estão falando.

É extremamente válido opinar, mas acima de qualquer coisa, precisamos ler e estudar os casos. Temos uma cultura errada sobre o assunto. Preferimos defender a maioria, a conhecer e a partir do conhecimento adquirido, tomar nossa posição.

Somos guerreiros sem causa. Lutamos pelo pouco que sabemos e na grande maioria das vezes, morremos pela boca. Falar é muito mais que elaborar uma grande crítica, nem tudo é como vemos.

Platão, quando conceituou o “Mito da caverna”, que fala sobre prisioneiros, acorrentados em uma caverna e que passam todo o tempo olhando para a parede no fundo, que é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. Onde nesta parede são projetadas sombras de estátuas representando pessoas, animais, plantas objetos, mostrando cenas e situações do dia a dia. Os prisioneiros ficam dando nomes às imagens (sombras), analisando e julgando as situações.

Em outras palavras, os seres humanos têm uma visão distorcida da realidade. No mito, os prisioneiros somos nós que enxergamos e acreditamos apenas em imagens criadas pela cultura, conceitos e informações que recebemos durante a vida. A caverna simboliza o mundo, pois nos apresenta imagens que não representam a realidade. Só é possível conhecer a realidade, quando nos libertamos destas influências culturais e sociais, ou seja, quando saímos da caverna.

Podemos e devemos ter uma opinião, mas de nada ela servirá se for fútil e sem conhecimento. Precisamos conhecer a realidade e diante disso, ter a decência de não defender apenas o que queremos. Inteligência emocional representa exatamente isso.

Façamos por nós, pelos outros e pelas discussões que realmente valem a pena. Pelo fim das brigas sem conhecimento e críticas nada construtivas.

(Luana Ferreira)

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