Até este exato momento só eu podia extravasar a minha
dor e tentar traduzir aos próximos em palavras para que tornasse inteligível na
esperança de que alguém pudesse me salvar. Eu me mexi, remexi, virei e me
desvirei. Doeu de tudo que foi jeito.
Chorei, me debati e abati, solucei,
fiquei aos prantos horas e horas. Nada adiantou. Eu tinha amor suficiente para
oferecer e viver uma vida plena, mas a gente não entende porque cargas d'água
as pessoas não nos conduzem ao nosso melhor.
Até que me isolei. Perdi a hora
dentro de mim. Numa busca extenuante achei o que havia se perdido... Eu mesma.
É possível se perder num lugar que tu passas 24h por dia durante 24 anos? Sim,
eu havia me perdido dentro de mim mesma.
Agora chega. Agora basta. Agora
cessou. Deu. Não sou mais uma adolescente a martirizar-me sem um pingo de
compaixão para comigo mesma. Se o melhor não tivesse sido ofertado, se não
tivesse oportunidade de reconhecer, se o coração não tivesse aberto... Mas fiz
o que podia - sendo HUMANA e imperfeita. Amanhã acordarei com a mesma
fragrância, porém a aspirando de forma diferente, as cores serão as mesmas, mas
meus olhares não. Não quero mais essa luta desleal. Largo aqui. Coloco ponto
final nisto tudo. Só tenho a agradecer, desejar muita luz no caminho que Deus
traçou para que sigam. Com todos os pesares, foi incrível... Foi. Foi...
Natália Gross
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