Pensei em você duas vezes... tá bom, foram cinco, que culpa eu tenho se seu sorriso vem como uma flecha na minha mente?
Eu acordei como de costume e quando cheguei na cozinha, você não estava lá. O café tinha gosto de café e o pão de pão, sem graça e ai foi a primeira vez que lembrei de você. Do seu lado as coisas parecem ser tão mais gostosas, minha mente fica falando que eu preciso te encontrar. Tomei o meu banho e, cá entre nós, lembrei dos nossos banhos, detalhes são sórdidos, mas são intensos, as gotas batem nas minhas costas e escorrem pelo meu corpo, igual suas mãos. Impossível você não vir à tona.
Foi uma manhã calma, comum, como já disse. Almocei rápido e logo estava deitado a esperar a primeira hora da tarde. Antes, por mais sono que se pudesse ter, trocar mensagens com você era um prazer e tanto. Fiquei olhando para o celular e não tive opção além de dormir. Você tem vivido uma grande parte dentro de mim.
Trabalhei normalmente, mesmo não tento mais a motivação que eu tinha, quando sabia que a noite, encontraria você, sentiria você, cheiraria você. Como o encaixe certo daquele quebra-cabeça gigante.
Estava voltando para casa, naquele trânsito horrível, e ai foi quando um casal passou na direção contrária. Estavam de mãos dadas e eu lembrei da nossa teoria das formas como damos as mãos. Eles pareciam felizes e os abençoei, mentalmente, para que pudessem assim ficar e não sentir o que sinto agora, saudade.

Foi um longo caminho até em casa, não pela distância, mas por você bater na porta do meu coração durante tantos minutos. Ou entra ou corre, só não atrapalhe o ciclo natural da vida.
Fui correr e esqueci a vida, a única atividade que não vejo você, não vejo nada, para falar a verdade, é como se meu espírito saísse do meu corpo. Depois do meu segundo banho do dia, tive a sensação de dever cumprido. Peguei uma panela e comecei a preparar minha janta. Incrível, como era bom vê-la na minha cozinha, encoxava-me por trás, como se não quisesse nada, sabendo que teria exatamente o que pensou. Estar em casa sozinho é muito triste. Ver a minha cama vazia, arrumada, me aperta o peito.
Quando estava prestes a dormir, eu - burro - liguei a TV, estava a passar um filme qualquer e você apareceu para mim, segurou minha mão, a pôs ao seu redor e encostou sua cabeça no meio peito, relaxando e acomodada. Comecei a falar com você dos atores e de como aquilo poderia ser diferente. Será que eu sou louco? Ele começou a tocar violão para ela no filme e eu olhei para o meu. Me deu vontade de ver você olhando para mim, mesmo eu cantando super mal e você nunca me falando a verdade, porque queria ouvir a minha voz que era toda sua. Esse momento do dia, me senti péssimo. Eu devia ter acordado do meu sonho antes, deitar com os pensamentos em você não foi boa ideia, era só isso que poderia ter acontecido. Foi péssimo não por pensar, mas por abrir os olhos e não a ter.
Me sinto como um idiota por falar isso e também, por ainda acreditar que o amor é tudo para mim. Me sinto triste por não vê-la mais e por não ver as pessoas mais, perdidamente, apaixonadas. Esse é o grande problema dessa geração.
Hoje, precisava contar o meu dia...
(Gabriel Zorgetz Capeletti)
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